/// . Baobá Voador .
Ciborgues por Abya Yala

Nos corpos das mulheres, nos campos, nos animais, hoje notamos presente interacoes biocapitalistas (relacoes de superexploracao) entre natureza e desejos, algoritmos e redes sociais, entre realidade social e ficção, mas como combater esses processos, como nos tornar um ciborgue de resistência? Como construir uma narrativa que misture em realidade e ficcao em um possivel feminismo interseccional, ciberfeminista, digitofagico no seculo XXI? Estas foram algumas respostas, construa a sua!

iniciado com Mary Shelley e Frankenstein a

ficcao futuristas sobre afeto e perigo da ciencia

segue
A mão esquerda da escuridão – Ursula Le Guin

Ursula K. Le Guin e a teoria da ficção como sacola

Em seu ensaio The Carrier Bag Theory of Fiction, a escritora retoma o argumento de Elizabeth Fisher em seu livro Woman’s Creation: Sexual Evolution and the Shaping of Society de que, antes de se tornar caçadora (e por muito tempo depois da caça surgir), a humanidade foi predominantemente coletora: a alimentação de nossos ancestrais primevos era substancialmente composta por vegetais, frutas, sementes e raízes, coletados nos lugares por onde passavam. Por conta disso a primeira ferramenta (e dispositivo cultural) não foi uma arma, mas o recipiente, a sacola, a bolsa, a mochila, a rede, o sling, que permitia transportar alimentos e a prole de um lugar para o outro.

Partindo da hipótese de que a primeira ferramenta tenha sido a sacola ou mochila, Ursula nos traz uma série de implicações e possibilidades de recontar a história e de recontar histórias. Nessa nova história, o herói, o que luta, defende, briga, corta, mata (qualidades geralmente associadas ao masculino) perde importância para aquilo que abriga, cuida, guarda, gesta… a própria ação de contar histórias é assim vista como o ato de tirar ideias, palavras e nomes de uma sacola e ofertá-las a outras pessoas.

resenha Ursula foi uma das primeiras escritoras a levar o debate de gênero para a ficção científica. Em “A mão esquerda da escuridão”, um de seus livros mais famosos, ela faz o exercício de imaginar um planeta onde nossas questões de gênero (as humanas) não se aplicam, pois as/os habitantes não têm sexo definido… assumem o papel de macho ou de fêmea (de forma aleatória) apenas quando estão no “kemmer”, a fase fértil de um ciclo semelhante ao nosso ciclo menstrual, permanecendo totalmente assexuado(a)s e andrógino(a)s na maior parte do tempo. Seguindo a análise que o livro apresenta, de contornos antropológicos, dessa sociedade imaginária, vamos percebendo, pelo contraste com o radicalmente diferente, os absurdos culturais que têm suas raízes em nossos papéis de gênero.

Ursula K. Le Guin e a teoria da ficção como sacola

ANTROPOLOGIA DO CIBORGUE – Donna Harraway

PT-Libertando-a-vida-a-revolucao-das-mulheres_2016 – Ocalan

brasleras

Por uma Ficção Científica com mais diversidade, que não seja machista, racista e homofóbica. Que o gênero mantenha sua pluralidade e sua visão de um mundo melhor. universodesconstruido – um selo de ficção científica feminista. http://universodesconstruido.com/

1.0_O_ciberfeminismo_nunca_chegou_a_America Latina- Tatiana Wells

Mama-zônia – Verdadeiros relatos imaginados sobre realidades ficcionais

 

Comments are closed.