/// . Baobá Voador .
A Luta dos Munduruku

O sítio Amazônia em Chamas[2] tem divulgado deste o ano passado uma série de informações sobre a luta dos povos Munduruku e o fortalecimento dos processos de enfrentamentos indígenas aos megaprojetos energéticos e garimpos da região (como a Assembléia do Movimento Ipereg Ayu e Ocupa Belo Monte, reunindo centenas de etnias da região amazônica).

Como a entrevista realizada no final do mês de abril de 2014 com professores Munduruku sobre a demissão arbitrária da prefeitura de Jacareacanga (PA) aonde Sandro Paigo, Frávio Kaba e Antonio Saw aonde denunciam a perseguição do poder público e a realidade das aldeias que sofrem com 4 meses sem aula. Desde o mês de fevereiro de 2014, 70 professores Munduruku que atuavam há muitos anos na educação básica foram demitidos arbitrariamente pelo poder municipal, mas somente os indígenas. A prefeitura culpa a “falta de formação” dos professores, mas despreza as resoluções número 3 e 5 do Conselho Nacional de Educação, que garante a permanência de professores indígenas por formação de serviço. No dia 10 de março, cerca de 70 professores decidiram trancar a Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto (SEMECD) de Jacareacanga. Saíram do local sem obter resposta. Em maio, com muitas escolas ainda sem atividades, os Munduruku decidiram, no dia 5, manifestarem-se novamente.[3]


LINK ENTREVISTA (VIDEO)

Os Munduruku acreditam que a demissão pela Prefeitura é em realidade uma retaliação à fiscalização realizada por eles em janeiro nos garimpos localizados em terras indígenas.[4] Na ação, vários garimpeiros não-indígenas foram expulsos, e os maquinários, apreendidos, um processo iniciado pelos Munduruku desde 2012 para a retirada de garimpos ilegais de seus territórios, apoiado pela Funai:

“De acordo com a FUNAI, desde quando chegou à região, em 2010, recebe denúncias dos Munduruku sobre o garimpo ilegal na terra indígena. Em outubro do ano passado as denúncias foram reiteradas e encaminhadas para o ICMBio e Polícia Federal. Em 2012, uma operação na região teve efeito provisório porque depois houve o retorno dos garimpeiros. Por causa disso, foi sugerido à Funai trabalhar a conscientização dentro do plano de gestão.”


DANOS DO GARIMPO


MANIFESTACAO

A contra-ofensiva ocorreu na manhã do dia 13 de maio de 2014, quando aproximadamente 500 garimpeiros, comerciantes e membros do Poder Público, incluindo o próprio secretário de assuntos indígenas da cidade, atacaram 20 Munduruku em ação contra a presença dos indígenas no município. Dois Munduruku acabaram feridos nas pernas depois de atingidos por rojões lançados pelos manifestantes anti-indígenas.[5] Um fenômeno infelizmente antigo e tornando-se cada vez mais comum com o acirramento das disputas – o racismo étnico – oriundo de todas as esferas da sociedade que acabam por reproduzir um sentimento nacionalista-neocolonial que é por sua vez amplamente incentivado pelos meios de comunicação privados, criando ódio e mediando os conflitos de forma favorável às esferas de poder constituido de forma artificial. Tem sido assim há 500 anos.

Os Munduruku seguem lutando pelos seus direitos e pelo seu território.

SAWEEEE! é seu grito de guerra da liberdade!

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Imagens de Movimento Xingu Vivo e Amazônia em Chamas

LEIA
>> Carta IX do Movimento Munduruku Iperêg Ayu (dia 15 de maio)
http://amazoniaemchamas.noblogs.org/post/2014/05/15/ix-carta-do-movimento-munduruku-ipereg-ayu/



CARTA IX


LINHA DO TEMPO SOBRE OS CONFLITOS (Imagem em tamanho real)

[1] http://amazoniaemchamas.noblogs.org/post/2014/02/12/entrevista-com-o-munduruku-ademir-kaba-durante-a-ii-assembleia-do-movimento-ipereg-ayu/
Entrevista com o Munduruku Ademir Kaba durante a II Assembléia do Movimento Ipereg Ayu

[2] http://amazoniaemchamas.noblogs.org

[3] http://reporterbrasil.org.br/documentos/demandasprofessoresmunduruku.wav

[4] http://amazoniaemchamas.noblogs.org/post/2014/02/05/no-para-indigenas-apreendem-maquinas-e-expulsam-garimpeiros-2/

[5] http://cimi.org.br/site/pt-br/?system=news&conteudo_id=7525&action=read

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