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Redes sociais livres na Internet 1.0
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Entendemos como “Rede Social” grupos de pessoas que estão interligados por algum tipo de relação como preferências e interesses comuns, amizade, profissão, estudo, etc. Redes sociais da Internet são esses mesmos laços sociais, mas através do uso de tecnologias que permitam ao a pessoa que a utiliza criar um perfil e interagir horizontalmente com outros usuários em qualquer lugar do mundo com acesso à Internet.

As aplicações web têm evoluído consideravelmente. Na primeira geração de 1991-2003 chamada Web 1.0, através do navegador, o utilizador era somente um receptor de informação, incapaz de interagir na rede. únicamente páginas estáticas de informação que somente as pessoas que criaram as páginas podiam subir conteúdo e as pessoas que navegavam unicamente podiam receber tal conteúdo [1], talvez a única interação entre usuários naquele tempo era limitado ao correio eletrônico, mensageiros instantâneos e salas de chat. A partir de 2004 surge a segunda geração, chamada Web 2.0 e estas são as aplicações web que permitem aos usuários interagir com outros usuários e contribuindo com a web sem a necessidade de serem os criadores ou gestores de páginas [2]. Em aplicações Web 2.0 o usuário pode enviar as informações a uma página, vídeos, fotos e até mesmo construir seu próprio perfil. Algumas aplicações deste tipo são: wikis (Wikipedia, qualquer outro wiki), blogs (WordPress, Blogspot), microblogging (Twitter, Identi), hospedagem de vídeos (Youtube, Vimeo), de imagens (Flickr), compartilhar arquivos (peer-to-peer) e muitas outras aplicações, entre elas as chamadas redes sociais (Facebook, MySpace, Diáspora). E agora se fala da chamada Web 3.0, que são agentes inteligentes ou programas inteligentes (também conhecidos como robôs) que usam dados semânticos, para entre outras coisas por fazer a manipulação, monitoramento, busca e obtenção de dados na Internet[3].

A crítica …

As redes sociais podem ser uma ferramenta muito útil para pessoas que querem conhecer outras pessoas e compartilhar as coisas, gastar tempo ou inteirar-se das novidades mais recentes de seu círculo de amizades, as grandes empresas de redes sociais tornaram-se serviços comerciais muito populares e colocaram cláusulas egoístas e abusivas em suas licenças, regularmente quando alguém está decidido a utilizar algum desses serviços, dá um “clique” no botão de “Aceito os Termos” sem antes ler esses grandes parágrafos do letras pequenas e entediantes, mas é assim que concordamos ceder certos direitos sobre os arquivos que subimos à empresa aonde estamos criando o nosso perfil, além do que, cedemos direitos de cópia, ou seja, aceitamos que mesmo que cancelemos o nosso perfil, a empresa pode guardar em seu banco de dados uma cópia e, em alguns casos não é possível excluir esse perfil … Para quê necessitam de um banco de dados tão grande com tanta informação? Na internet você pode ler muitos desses casos, em que algumas das fotos dos anúncios mostradas no Facebook são de seus usuários [4] ou o famoso caso da popular banda Arctic Monkeys, que teve problemas com os direitos de suas músicas, enviando-as ao MySpace e ignorar todas esses parágrafos de cláusulas aceitando essas condições [5], ou os metadados que recolhemos no nosso perfil para ser o alvo ideal de empresas (você nunca se perguntou como que lhe chega a publicidade de coisas que estava procurando?) ou a ser investigada, como alguns casos têm mostrado que empresas como Google e Facebook (para citar alguns) colaboraram com a CIA [6]. Esses sites de redes sociais comerciais ameaçam a liberdade dos utilizadores e da privacidade, onde anteriormente eram necessários pessoas infiltradas para obter informações de outras pessoas, grupos ou movimentos sociais, agora não é realmente necessário já que toda essa informação pode ser encontrada em perfis de redes sociais, que, em alguns casos colocam nomes verdadeiros, endereços, f
otos, links para pessoas com que relacionam-se, dando a conhecer sua agenda de atividades, isto mais além de que temos alguma coisa a esconder, alguma coisa boa ou ruim, o que nós exigimos é o direito à privacidade na internet e estes serviços violam essa privacidade.

Na verdade, muitos usuários de redes sociais entram em um círculo exclusivo e egoísta deixando de fora aqueles que não usam esse serviço, além de entrar em uma certa apatia social criando indivíduos isolados, não-solidários e não-organizados, interagindo todo o tempo nestas redes com pessoas que não conhecem pessoalmente retirando alguma força da comunidade tal como convém ao sistema. Estes serviços nos isolam em nossas casas ou no trabalho, nos faz competir por quem tem mais amigos ou quem aparece mais top de amigos principais, nos faz entrar em um papel muito vaidoso, já nem sequer sabemos quem são os nossos vizinhos pessoalmente. Eu acho que é patético exibir sua “classe social” seu “estado emocional” seus “relacionamentos amorosos” ou todas as “fofocas” que correm por aí e os problemas que isso acarreta.

Muitas pessoas ficam surpresas ao saber que não uso o Facebook, ainda quando sabem que muitas de minhas atividades são baseadas no computador, ou pior, quando te dizem “te mando por Feis” pensando automaticamente – e sem antes perguntar – se essa pessoa tem “Feis” porque é lógico que todos nós temos “Feis” e, na verdade, conheço pessoas que têm “Feis” e já não querem mais estar ali mas não saem porque todos os seus amigos estão lá, ou porque todo seu círculo se move ali, ou porque sem ele não se interam de nada, ou porque é “bacana”, ou simplesmente não podem sair porque é um vício ou uma moda, qualquer dessas coisas que não são mais que desculpas, já que penso que nós podemos fazer coisas alternativas às que existem, e falo em todos os ãmbitos e também como disse Richard Stallman [7] “existem coisas mais importantes do que a comodidade.”

Alternativas …

Passo muitas horas do dia em frente ao computador fazendo diversas atividades que também podem bem criticar-me, o que sei é que não estou o dia todo “Feisbukeando” ou “tuittando”, como comumente dizem, motivo pelo qual me recusei a usar redes sociais, existem atualmente várias redes sociais livres que não têm cláusulas com licenças egoísta nem te enchem com publicidade ou mantêm bancos de dados com suas informações, isto porque são projetos livres, majoritariamente desenvolvidas por pessoas envolvidas com software livre, ferramentas livres e mídia livre, que têm uma certa ideologia sobre a liberdade, além do que a maioria são projetos da mesma comunidade de usuários que não têm nem recurzos ou interesse de dispor de informações retidas em bases de dados, além do que a maior parte deles não te pede mais do que um nome, nome do usuário, e-mail de contato e senha, não te pede um telefone, endereço ou demais dados pessoais porque não está interessado neles, é também uma medida de segurança pois se alguém vier a exigir essas informações a estes projectos, eles não podem fornecer uma vez que nunca solicitaram.

A continuação

Uma pequena resenha de algumas destas alternativas.

* Crabgrass: Foi a primeira rede social que me animei a tentar (bem, na verdade, faz alguns anos por várias razões errôneas eu fiz um MySpace que eu pude eliminar a tempo…) e basicamente é um programa o qual podes baixar e instalar no seu site, a estrutura do software consiste em uma aplicação para uma rede sociaç em que podes fazer o seu perfil e interagir com outras pessoas, mas esta não é uma rede social como as outras, a idéia principal é a colaboração e a organização em rede, onde você pode compartilhar arquivos, criar documentos que pessoas continuarão a desenvolver, tem wikis internos, fotogalerias, você pode dar seguimento a tarefas e projetos, tomar decisões em assembléias, etc. É ideal para coletivos, organizações, movimentos sociais, projetos de desenvolvimento de programas e muito mais. Eu fiz o meu perfil para o trabalho coletivo e de longa distância, como HacklabAutónomo, La Furia de las Calles e Z.A.M. e nos tem sido uma ferramenta muito eficaz utilizando-a como uma forma colaborativa de construir projetos e documentos. Crabgrass atualmente está sendo desenvolvido pelo coletivo autônomo hacktivista Riseup [8], na verdade este é um de seus muitos projetos, e ainda está em desenvolvimento e o significado do projeto segundo eles é: “crabgrass é subversivo: pela perda dos céspedes suburbanos em todo lugar, crabgrass é a última base de resistência. Crabgrass é diverso: existem 300 espécies nativas de regiões temperadas às tropicais e cálidas. crabgrass é nativo da América do Norte, e uma importante fonte de alimento para muitos pássaros. Crabgrass é difícil de matar: devido a seu caráter de rede, é muito difícil remover as raízes de grama o suficiente para se livrar dele. é resistente a muitos herbicidas.” [9]
> http://we.riseup.net

* Identi.ca: Página com serviço de “microblogging”, que é uma aplicação que permite aos utilizadores enviar mensagens curtas de 140 caracteres regularmente, podendo ser enviadas a partir de uma página da web para amigos que tenhas acrescentado à sua rede, você pode enviar também desde mensagens de celular, clientes de mensageiro instantâneo e até mesmo colocar um RSS [10] algum site vinculado ao seu perfil. Identi.ca usa o software livre StatusNet que pode ser baixado e instalado em seu site também. Um das páginas mais conhecidas de microblogging não livre é o Twitter e em geral este tipo de aplicativo tem sido bem conhecido por dar notícias rápidas e ao momento já é bastante portável à telefones celulares para enviar links para notícias, para cumprimentar e conversar brevemente com os seus amigos… justo quando eu já tinha um Crabgrass e não pensava em fazer mais nenhum outro perfil, provei essa ferramenta para enviar notícias ou atividades dos coletivos e grupos que participo e fizeram-me uma maneira muito prática em lidar com os links, uma coisa em particular da comunidade Identi.ca é que é de pessoas ligadas movimentos sociais, comunidades de GNU/Linux e software livre em geral, de mídia livre, onde você pode encontrar grupos de programadores, de distribuições em desenvolvimento, da vasta rede Indymedia, Hackmeetings, Hacklabs, e também muitas coisas diferentes de tudo isso, mas normalmente os usuários e as mensagens rodando no Identi.ca tem um perfil muito “sócio-educativa.”
> HTTP: / www.identi.ca /

* Diáspora: Também é um software livre feito para criar uma rede social, este projeto de foi criado por quatro pessoas (ou quatro nerds que vão às armas contra o Facebook intitulou-se um artigo do The New York Times [11]) e pretende ser uma rede social que você realmente é dono dos arquivos que sobes, não o força a aceitar cláusulas abusivas e desde o início Diáspora reconhece o usuário como proprietário total de tudo aquilo que sobe, está em uma versão Alfa e segue em desenvolvimento, a idéia é também que possa ser de alguma forma “multiplataforma” por assim dizer, para poder estar em contato com pessoas de outros serviços, mesmo que não sejam livres como o Facebook, inclusive tinham uma nota que dizia: “nós sim somos sociais.” A operação deste software é semelhante ao Facebook você pode carregar imagens, conversar, colocar as coisas na parede e mais funções semelhantes, mas o interessante é que é descentralizada, quero dizer que ao invés de ser hospedado em algum servidor Diáspora a proposta é que ele seja hospedado no seu próprio site na Internet, assim controlando vocẽ mesmo suas informações. Portanto, para aqueles que gostam de conversar, fazer amigos, enviar fotos e outras interações através de uma rede social, aqui está uma alternativa livre que pelo que li está bastante interessante, mesmo que ainfa não tenha provado e duvido que o faça.
> Https: / / joindiaspora.com

* Muito mais: Há outros serviços nem tanto de software e sim páginas que funcionam como redes sociais livres como Fooplug [12] que, inclusive usa o software livre para redes sociais chamado Social GNU [13] também existe o Gnewbook feito pelo povo do Chile GNU [14] que usa a o software livre Elgg [15].

Suicídio ao estilo web 2.0

A Máquina Suicida Web 2.0 é um página de Internet onde você pode apagar o conteúdo dos perfis que você criou ou no MySpace, LinkedIn, Twitter e Facebook, você também pode excluir ou desinscrever-se dos amigos que tenha criado automaticamente mas não pode deletar o perfil. É uma página divertida que ingressando o seu nome de usuário e senha do perfil da rede social que deseja apagar tudo isso automaticamente começa a eliminar os dados, o sítio convida-o a “cometer suicídio em redes sociais”, naturalmente, aqueles que estão cansados destes serviços.Este site não faz mais do que apagar todos esses dados automaticamente em 52 minutos aproximadamente, e também podes fazer isso manualmente em 9 horas e 35 minutos sem entrar na página Suicide Machine. A página está cheia de ornamentos com frases como “Dê adeus com dignidade”, “Você quer conhecer os seus vizinhos reais novamente?”, “Você quer sua vida real de volta?”, “Pare com a auto-procastinação” “Melhore o seu relacionamento, desuna-se de seus acossadores,” sem dúvida uma ferramenta sarcástica ao mais puro estilo hacker, de fato, como os criadores nomeoaram-na, como um peça sócio-política de net-art (arte na Internet) [16]. Estima-se que mais de duzentas mil pessoas tenham utilizado este serviço, e em Janeiro de 2010 Facebook bloqueou o site para que usuários que quisessem apagar os dados do Facebook encontrassem uma página de erro, mas a equipe de Máquina Suicída conseguiu desbloqueá-la. Eu não usei este serviço, mas bem, para os arrependidos, aí está… Aqui está o link do vídeo que explica seu funcionamento
> http://vimeo.com/8392741 e sua página
> http://suicidemachine.org/ Descadastre-se para sempre!

Não me encontrarás no Facebook

Para encerrar faço promoção desta campanha que muitas pessoas afirmam que eu estou entre e estamos nós de HacklabAutônomo, Z.A.M. e A Fúria das Ruas, estão muitos amigos na comunidade do software livre, mídia livre, os ativistas sociais e mais pessoas que gradualmente se juntam por tudo isso que escrevi e mais outros motivos que não incluí, há até mesmo um vídeo na web chamado Hino do Faceboo[17]. O povo da Fundação do Software Livre [18]? também está nesta campanha e colocou em sua página um banner que diz: Não Foda, Você não vai me encontrar no Facebook [19], o meu parceiro o traduziu para o espanhol [20] [21] e muitas pessoas desenharam seu banercitos que enfeitam as suas páginas e blogs orgulhosamente com a frase: “não me achará no Facebook.”

Pirra, Maio de 2011, http://pirra.punksmedia.org/

Citações:
[1] http://es.wikipedia.org/wiki/Web_1.0
[2] http://es.wikipedia.org/wiki/Web_2.0
[3] http://www.w3c.es/divulgacion/guiasbreves/websemantica
[4] http://www.samuelaguilera.com/archivo/facebook-usa-tus-fotos-publicidad.xhtml
[5] http://www.quemarlasnaves.net/myspace-% C2% BFbueno-to-the-músicos /
[6] http://www.diagonalperiodico.net/Facebook-una-fuente-de-datos-para.html
[7] http://stallman.org/ # humorousbio
[8] https: www.riseup.net/ / /
[9] https: / / we.riseup.net / crabgrass / about # crabgrass-pedido-% C3% B3n web
[10] http://es.wikipedia.org/wiki/RSS
[11] http://www.nytimes.com/2010/05/12/nyregion/12about.html
[12] http://foocorp.org/projects/fooplug/
[13] http://foocorp.org/projects/social
[14] http://www.gnewbook.org
[15] http://elgg.org/
[16] http://www.networkworld.com/community/node/53078
[17] http://www.youtube.com/watch?v=3ZzP_69ZTFk
[18] http://www.fsf.org/about/
[19] http://static.fsf.org/nosvn/no-facebook-me.png
[20] http://punksmedia.org/punkmft/archivos/no_facebook_nos.svg
[21] http://punksmedia.org/punkmft/wp-content/uploads/2011/01/no_facebook_yo_peque.png

fonte: rádio regeneración http://www.regeneracionradio.org/index.php?option=com_content&view=article&id=3547:redes-sociales-libres-en-internet-10&catid=107:autogestion&Itemid=300108 (em espanhol)

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