Abaixo matéria da ciranda / rebelión seguida de convite para ato de solidariedade q aconterá no rj, sp e ssa.
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Conforme as horas passam, a realidade se impõe. Novas e cada vez mais altas cifras surgem na tela e eu acho que a experiência é semelhante à sofrida por nossos amigos do Paquistão e Haiti, que ainda sofrem com os desastres naturais que experimentaram.
Ontem, o governador de Miyagi anunciou que o número de mortos ultrapassou os 10 000. E hoje explodiu o reator n° 3 da central nuclear de Fukushima e o coração do reator nº 2 entrou em fusão (em duas horas na manhã do dia 15 de março, hora local). É claro que os reatores nucleares em Fukushima estão fora de controle. http://www.bbc.co.uk/news/world-asi…
Quarenta anos atrás, nossos ancestrais se opunham à construção de usinas nucleares, porque eles compreenderam os perigos inerentes a um país propenso a terremotos. Infelizmente, o que temiam acaba de se tornar realidade.
Naquela época, o governo desapropriou as cooperativas de pesca e as comunidades locais para construir usinas nucleares. Destruído o sustento dessas pessoas para dar lugar a estas plantas, argumentando que a energia nuclear não era perigosa.
Atualmente, o governo e a Tokyo Electric Company, TEPCO, repetem exaustivamente que um terremoto de extensão incomum atingiu o norte do Japão. No entanto, o professor adjunto da pesquisa de energia nuclear na Universidade de Tóquio, Hiroaki Koide, afirmou: “Como o Japão é um dos países onde os sismos são mais freqüentes, nenhum terremoto seria inesperado para um governo que apóia a energia nuclear.” Muitos cidadãos os consideraram como responsáveis pelo acidente.
Ontem, a TEPCO começou a fazer cortes programados em Tóquio e em outros municípios que continuarão até final de abril, dizendo que o acidente nuclear provocou falta de energia. Muitos trens saíram de serviço. Ontem, circularam normalmente, menos da metade das linhas.
As empresas e supermercados da região metropolitana não tem comida suficiente para os clientes. Faltam leite, água, peixe, pão, arroz. Algumas prateleiras estão vazias. A explicação dada é de que há problemas de distribuição. As estradas estão bloqueadas e os caminhões não podem viajar.
Os moradores de Tóquio tinham se acostumado a um certo conforto. Podíamos comprar qualquer alimento sem perceber as centenas de quilômetros percorridos. Nós não estávamos preocupados com quem produziu e como. Agora, o terremoto e o coração do reator em fusão nos fazem lembrar que a distribuição é aleatória e que há outras maneiras de viver.
Como o consumo excessivo, a superprodução e o desperdício produzem graves conseqüências no mundo, acompanhado pelo efeito estufa e destruição da mãe terra. Nossa tarefa hoje em dia seria definir a maneira de viver sem destruir o meio ambiente.
Já se passaram quatro dias desde a tragédia. Se sucedem e se amontoam informações alarmantes. Ainda não nos chegaram notícias de nossos parentes nas áreas de desastre. A contaminação por radiação se espalha. Parece que ela já chega a Tóquio. Estamos cercados de uma angústia invisível.
Em solidariedade, esperança e amor.
Secretário da ATTAC no Japão
*ATTAC-Associação pela Tributação das Transações Financeiras para ajuda aos Cidadãos
fonte: http://www.ciranda.net/fsm-dacar-2011/article/desastre-terremoto-e-explosao