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Organização, tecnologia ancestral e bem-viver!
O baobá é uma árvore africana que, assim como muitas pessoas e culturas à época da colonização de abya yala, se misturaram pelos continentes, junto à mudas, cavalos, armas, crenças, colares… Conta a história que os negros do Benin principalmente, quando presos e escravizados, se despediam da sua terra, a África, dando voltas em torno do Baobá, para poder esquecer a terra que nunca mais veriam. Por isso o Baobá é conhecida como a árvore do esquecimento. Adeptos do candomblé celebram Onilé, orixá que protege o mundo, com o plantio de muda de baobá, considerada sua árvore sagrada, uma preocupação com a preservação da própria humanidade e de tudo que há no mundo. As espécies podem alcançar até 25 metros de altura e 7 metros no diâmetro do tronco, podendo viver até 6 mil anos. Destacam-se pela capacidade de armazenamento de água dentro do tronco, que pode alcançar até 120.000 litros e suas folhas são usadas como tempero. No Brasil existem espécies em Fortaleza, Pernambuco e Nísia Floresta, no Rio Grande do Norte.
Essa é a história do baobá que voa, que descoloniza-se em território apropriado. Abya Yala, Ixachilan, Runa Pacha, América, Pachamama… avizinha-se em seu próprio continente… historicamente obrigado a misturar hábitos alimentares, relações de gênero, trabalho, família… à imposição forçosa do vil metal, em conflitos sanguinários e fetiches de uma pequena cúpula global. Se hoje a maior parte de nós (especialmente no Brasil) falamos língua européia, utilizamos carros como meio de transporte, temos o trabalho com o vetor de realização pessoal e coletiva ou comemos comida congelada é simplesmente porque já esquecemos por completo nossas culturas ancestrais. O mesmo fenômeno não poderia deixar de ocorrer com o nosso passado recente: ditadura, corrupção política ou a violência contra a mulher.
Sua revolução é silenciosa, marginal, é de códigos, memórias e raízes. E continua avançando em muitas direções… nos mais afastados rincões, transdisciplinariamente, sob outro tempo, à margem da história e dos meios oficiosos. Somos ações de resistência e redescobrimento, midiáticas, ativistas, artísticas, políticas, agroflorestais e tecnológicas que re-criam-se mais um vez, rebeldes e desafiadoras. Ações feministas, narrativas, imagens e stencils de lutas históricas e identitárias, rádios livres, hortas, escolas tornam-se histórias inseparáveis para as nossas idéias de futuro. O que propomos com este blog é uma nova prática social de produção de informações, que investigue as resistências e insurgências deste continente, as histórias locais, seus e suas protagonistas, nossas raízes, não de forma primitivista a valorizar o antigo mas de forma a reconhecermo-nos e darmos ressonância às nossas ações e potências presentes e futuras. Uma visão de mundo desafiadora, que desmascare as megatecnocracias, as mídias de massa e os guias de viajantes, jogando nova luz ao mundo das idéias, e assim tornando-se único. Esse é o baobá voador, um lançar-se. Não cabe a ele criar significados, apenas relatar cotidianos, algumas de muitas narrativas possíveis.
Somos vozes. Lendas. Narrativas. E-moções. Participe 🙂
Coletivo Baobá Voador