ação no museu de arte moderna durante o festival cultura digital. br. um litro de óleo queimado jogado no chão patrimoniado do museu. sob a mancha em espiral um cartaz: ‘ativismo analógico – vale, petrobrás, telefônica, ford, ibm e políticos tentam destruir a cultura livre e ancestral – jorra óleo sob nossos pés.’ como antagonistas as empresas que controlam praticamente todo o financiamento cultural brasileiro.
não somente cultural, elas apropriam de todos os aspectos da vida humana, dos recursos naturais extraídos de forma predatória, devastando e destruindo o ecossistema, produzindo muito dinheiro que não é compartilhado por todos nós, apropriam da tecnologia de ponta, detém o poder do conhecimento através de seus engenheiros e técnicos, financiamentos às universidades. e no fim da ponta, ironicamente investem em uma produção cultural elitista onde todos nós acabamos sendo meros consumidores destes recursos, alienando ainda mais as pessoas.
episódios recentes de catástofres geradas por essas empresas são o derramamento de óleo da chevron no brasil, anos atrás no golfo do méxico, vazamento de urânio enriquecido em caetité na bahia, isso porque a energia gerada nestes rincões precisa ser transportada para outros lugares do mundo. depois do vazamanento de radiações nucleares no japão o país estuda produzir aqui seus recursos primários como o alumínio, muito da ‘energia limpa’ que iriamos produzir com belo monte seria para alimentar indústrias daninhas como essa, para exportação. o crédito do carbono vai na mesma linha – ‘limpa’ o dano ambiental gringo através do reflorestamento com eucaliptos. a construção de portos maravilhas e transcontinentais intensificam ainda mais o poder dessas empresas que vêem seus recursos escoando com mais facilidade, aumentando assim seus lucros exorbitantes e com ele a destruição ambiental.
ocupações de praças, ações de mídia tática em museus são experimentos do que está por vir. a chegada dos megaeventos e megaempreendimentos à realidade das cidades vêm tensionando seus habitantes. o território da cultura é mais uma das camadas de re-significação do qual apropriam-se as empresas.
Assinado: yemanja x pré-sal
Para mais informações sobre o petróleo visite http://vazamentodepetroleo.noblogs.org/